Já falei aqui que não tinha muita paciência durante a amamentação. Não por causa do ato em si, mas pelo tempo que toma e por causa da necessidade que tenho de sempre estar fazendo algo. Resolvi ler durante a amamentação. Funcionou por um tempo. Agora, esquece! O Pedro precisa de mais atenção nesta hora. Ele às vezes engasga, talvez por causa da cirurgia, ele também dorme e "esquece" como mamar, enfim, ele precisa que eu esteja inteiramente à disposição dele, corpo e mente.
Mesmo assim, continuo estressando. Agora arranjei um outro motivo (para que ter vida calma, não?). O problema é que não sei quando ele está realmente satisfeito. Algumas vezes, ele é bem objetivo para mamar. Suga forte, constantemente, arrota, dorme e fim. Mas, para minha tristeza, a maioria das vezes não é isso que acontece. A hora da mamada tem sido outro parto. E durante a madrugada é bem pior. O sono e o cansaço intensificam tudo. Se eu conseguisse ficar calma, com certeza facilitaria.
A saga é a seguinte: Ele acorda chorando, aquele típico choro de quem quer mamar. Ok! Ele está com fome. Coloco ele no peito. Ele suga, suga, suga e pára. Solta o peito. Volta. Sei que não é falta de leite porque aperto o bico e esguicha. Continua mamando. Às vezes, mama "de verdade", outras, só fica "chupetando" meu peito. Depois de um tempo, às vezes 5 minutos, outras vezes 20, ele dorme de abrir a boca e ficar bem molinho. Aproveito a deixa para trocar a fralda, cheia ou não. Ele acorda (não curte trocar fralda). Depois de limpo, recoloco no peito. A história recomeça, e minha paciência geralmente nesta fase já se acabou. Coloco ele no berço. Ele esperneia. Chamo o marido, que tem paciência estocada e ele tenta fazê-lo dormir. Quando não consegue, volto pro quarto porque já sei que o rapaz ainda está com fome. Volta pro peito e mais uma vez, tudo se repete, e da paciência, nem sombra há!
Precisa ser bipolar para surtar? Precisa ter algum distúrbio psiquiátrico para ficar impaciente e irritada? Sinceramente, é preciso muita meditação e auto-controle para "se entregar" à amamentação da forma como deve ser. Talvez existam algumas almas criadas para a maternidade que estão lendo este post agora e estão achando a maior bobeira enxergar dificuldade nesta situação.
Uma das opções para escapar deste infortúnio seria usar mamadeira ou copinho, mas eu acho que seria egoísmo da minha parte. Privar meu filho de mamar no peito só porque eu não tenho paciência, não é justo. Se fosse um surto considerável, realmente da bipolaridade, tudo bem. Mas acho que o motivo não entra na lista das razões para optar por mamadeira ou copinho. Bem que eu queria...
Então, o que fazer? Meditar? Respirar fundo? Tomar florais, chás e cheirar lavanda? Criar vergonha na cara e se esforçar para ter mais paciência com meu filho? Acho que tudo isso funcionará muito bem. Mas o principal, e digo isto analisando o meu perfil, mas também sei que servirá para qualquer mãe que queira amamentar e tenha esta dificuldade, é realmente entender que o momento da amamentação é do seu filho. Eu gosto de assistir o jornal pela manhã, então, amamento o Pedro na sala, em frente à tv. Neste momento, se ele quiser chupetar não terá nenhum problema, mas sinto que estou negligenciando um momento que deveria ser exclusivamente dele. A minha atenção não está totalmente voltada a ele.
Como me distraio fácil e sou um pouco hiperativa, sei que para a amamentação ficar mais tranquila, preciso fazê-la sempre no quarto dele, na penumbra, com toda a estrutura já montada (água e panos de boca) e, principalmente, ciente de que poderá demorar vinte minutos ou uma hora e meia (a pediatra me orientou que depois de uma hora no peito, com certeza ele já está só me usando!).
E, para já colocar em prática, vou logo ali acudir um bebê gostoso clamando por peito... Paciência!
ps: Ainda amamento assistindo ao Jornal, pela manhã. Mas estou prestando mais atenção ao Pedro, porque ele tem engasgado enquanto mama. Acho que o segredo é esse mesmo, encontrar o equilíbrio. Como sou muito agitada e ansiosa, às vezes dou mais atenção à tv, ou ao livro, ou ao twitter no celular, do que ao Pedro. Mas acho que até ele sente, porqu fica mais agitado. Depois que passei a "curtir" mais este momento, passei a me sentir melhor!