sexta-feira, 25 de julho de 2014

Medos bobos e coragens absurdas

Você já andou de moto? Você já pilotou uma moto?


Eu na estrada!

Clarice Lispector soube me descrever quando disse "Tenho medos bobos e coragens absurdas". Essa sou eu. Medos bobos, e não tão bobos também, mas coragens absurdas.

Comecei a andar de moto ainda bem criança, quando não tinha idade certa para poder andar na garupa. Eu andava abraçada no tanque, na frente do meu pai. Enquanto ele levava meu irmão e minha mãe logo atrás. Os quatro na moto, todos de capacete! Há mais de vinte anos atrás. Não lembro da velocidade, não lembro do vento, não lembro da emoção. Mas lembro perfeitamente de ficar vendo meu reflexo na tampa do tanque. Via meu nariz, meus olhos e minha boca, todos tortos de um jeito engraçado. Eu me via e ria!

Há três anos voltei a andar de moto, na garupa do meu marido. Fiquei toda tensa! Um passeio de uns 10km me deixou toda dolorida! Cheguei no destino tremendo um pouco. Não tive medo, só um pouco de aflição ao passar entre os carros, mesmo em velocidade baixa. Depois não larguei mais! Passei a me entender com aquela garupa mínima e desconfortável. E toda oportunidade que eu tinha, eu pulava nela para dar um rolê!!!

Com o gosto por moto crescendo, surgiu a vontade de tirar a carta. Mas o marido não foi muito a favor da ideia a princípio e eu desanimei também. Afinal, eu não tinha necessidade de usar uma moto. Onde eu ia, precisava levar o Pedro. E, para o trabalho, eu usava o metrô. Mas o tempo passou, eu continuei a me interessar por moto e, desta vez, decidi que iria tirar a carta, independente do que os outros pensariam. Depois de três meses de aula, prova e burocracia, a carta chegou! Passei na prova com a viseira do capacete toda embaçada!!! Foi a maior alegria e alívio!!!

Há quase um mês, peguei uma moto maior e estrada, pela primeira vez. A sensação é indescritível. Não foi de adrenalina, igual quando vou na garupa do meu marido na estrada. Foi uma sensação de paz, um momento só meu, uma alegria "boba" de criança que consegue andar de bicicleta sem rodinhas pela primeira vez!

Parece que acontecia uma higienização mental enquanto pilotava na estrada! Foi mágico.

Pena que faz tempo. Agora é torcer para eu comprar uma moto só minha, mais leve e sair pelas estradas, pilotando com o maridão!





Me sentindo alguém com poucos amigos

Não gosto de vir aqui quando não estou bem. Mas são nesses momentos que me lembro que tenho um blog sobre bipolaridade... e que outras pessoas vão entender o que estou sentindo.

Estou desde ontem com um peso no coração. Não aconteceu nada. Pode ser hormonal, pode ser da bipolaridade, pode ser porque virou o tempo....mas daí descobri que faziam 2 anos da morte do meu avô, o que só ajudou a deprimir mais o dia.

Logo cedo (ontem), o Pedro fez birra, a tampa do porta-malas fechou na minha cabeça e eu virei o pé. Isso tudo antes das 8 da manhã! O Pedro continuou mal educado, almocei muito tarde e aquele peso continuava. Fui na casa de uma amiga (que está de passagem por aqui...todo mundo sempre está de passagem aqui na vizinhança) e me distraí um pouco. Foi gostoso, mas o peso não resolveu.

E seguindo a mesma vibe, hoje comecei a questionar se sou uma pessoa agradável de se conviver. Estou duvidando se sou. Parece que as pessoas me evitam....e escrevendo isso penso que você deve estar concordando. Mas, outro canto do meu cérebro me diz que tenho ótimos amigos, que gostam verdadeiramente de mim, mas moram mais de 60km de distância, ou vêm aqui de vez em quando. Mas como convencer o resto do seu cérebro?

Fico juntando "provas" de que não sou querida. Tenho inclusive parte da minha família morando a poucos quarteirões de mim. Tudo bem que eles não falam mais com ninguém da família faz tempo, mas eu nunca fiz nada de mal para eles. Dia desses encontrei minha prima no parquinho com os dois filhos dela, que não fazem ideia de quem eu sou. Fazia 10 anos que não conversava com ela. Ela foi simpática. Não sei o quanto ela ainda me considera. Queria ter conversado mais. Queria recuperar a infância que passamos juntas aqui mesmo, tão amigas. Mas será que ela também quer?

Por que o tempo passa? Por que as pessoas mudam? Por que eu insisto em pessoas erradas?

sexta-feira, 6 de junho de 2014

Seu filho sabe desenhar?

Mãe não acerta tudo. Estou sentindo como se estivesse tentando cobrir algo com um pano curto. Sabe quando você cobre de um lado e descobre o outro? Então, exatamente esta a minha sensação após a reunião com a professora do Pedro.

O Pedro voltou para a escola faz menos de um mês. Ele foi 8 dias corridos, contando com feriados e com dias que precisamos ir para São Paulo. Mas, obviamente, foram suficientes para a professora perceber que algo não estava dentro do padrão no desenvolvimento do Pedro.

Eu sempre primei pelo brincar. Evito ao máximo televisão. Brinco com o Pedro de correr, de bola, levo ele ao parquinho. Também brincamos de pintar. Ele sempre prefere tinta. E nunca pensei que alguma coisa estava "errada".

Algumas vezes, quando ele pedia para desenhar e eu dava um giz ou, principalmente quando eu dava um lápis, ele falava que não conseguia. Eu achava que era preguiça ou que ele não estava realmente a fim de pintar. E passava.

Hoje na reunião a professora quis que eu contasse sobre a vivência que ele havia tido em escolas. Eu perguntei se ela estava a par das condições do nascimento dele e tal. Afinal, para mim, isso tudo faz parte. Contei para ela. Até então eu não sabia qual era o motivo real da reunião. Mas ela logo falou: "Ah! Ele nasceu prematuro!". Aí caiu a ficha.

Ela estava preocupada pois notou que o Pedro é imaturo em algumas questões com os colegas, como por exemplo em brigas. Mesmo depois de resolvida, ele continua "curtindo uma fossa", e reluta em voltar a brincar. Também tem um jeito mais imaturo no falar em algumas situações. Ela não soube explicar, mas sei que ele fala "bonitinha" para uma flor e para uma borboleta, por exemplo. Acho que é isso. Mas nenhumas destas coisas realmente me preocupou. O que pegou foi quando ela falou sobre "motricidade fina", por exemplo, segurar lápis e fazer movimento de pinça. Esta é a grande questão. O Pedro não domina esta arte.

Como eu deixei passar isso? Eu nem pensei que ele já deveria saber segurar um lápis igual eu faço. Achei que era normal segurar o giz "abraçando" ele com os dedos. Ele consegue segurar o lápis com as pontas dos dedos, mas daí desenha bem fraquinho e meio que desiste. Enfim, fica aí o desabafo para que vocês, com crianças prematuras ou não, de 3 anos e 4 meses, observem como seus filhos seguram o lápis...



Você consegue se desconectar?

Do sofá de onde estou deitada, vejo o relógio que minha mãe pintou, com o desenho bucólico de uma casinha azul, cercada por pasto, árvores e ovelhinhas. E o que mais me fascina agora, é a dança do ponteiro dos segundos que teima em não sair de sobre o dos minutos. Fazendo um gostoso balançar pra lá e pra cá...e assim o tempo parou às 2:30!

Posso dizer que para mim isso também aconteceu. Estou sem internet (graças a Deus que para usar o Word não dependo dela!). O Pedro dormiu. A pia tem louça, tem brinquedos na sala, a cama não está feita...mas o foguinho está aceso e minha frequência baixou. Desconectada, desacelerei.

Até parecia que eu estava adivinhando! Pela manhã, por conta de uma reunião na escola do Pedro, resolvi não retornar para casa e ficar em um Café, com internet até a hora de ir buscá-lo. Meu tempo rendeu bastante.

E agora estou me dando o luxo de simplesmente não fazer nada além de escrever. Minha única preocupação é manter o fogo aceso (aqui tem feio bastante frio). Quase um momento de ócio!



domingo, 18 de maio de 2014

O estrago quando a criança sai da rotina - e leva a mãe junto

Depois de quase dois meses ficando mais em São Paulo do que em casa, estou vivendo o estresse por conta do enorme estrago feito na rotina do Pedro (e da casa). Quando vamos para São Paulo na casa dos meus pais, o Pedro praticamente não tem horário para nada. Por mais que eu me esforce, ele fica mais tempo na tv (geralmente vou para São Paulo resolver alguma coisa e fico fora de casa), faz birras homéricas no almoço (mas sempre ganha sorvete dos avós...rs) e dorme muito tarde. Como meus pais dormem tarde, ele vai no ritmo deles (nem tem como fugir muito, por causa do barulho e movimentação na sala, que fica a uma porta do colchão do Pedro!).

Então imaginem o estrago! Quando volto para casa, ela me recebe com geladeira para limpar, chão e móveis empoeirados, roupas esperando para lavar e passar (tenho até largado roupa em São Paulo para aliviar. Valeu, mãe!), estoque de comida vazio e um menino levemente irritado pela falta de rotina e mimado pelo excesso de avós. Delícia, não?

Daí, o resultado é uma mãe tentando fazer malabarismo para tentar dar conta de alguma coisa. Óbvio que tenho privilegiado a sobrevivência! Ha! Mas é uma bola de neve, e o estresse só aumenta. A vontade é de "ressetar" tudo e começar do zero. Ah se eu pudesse...

Outra coisa chata que tem acontecido é o jeito que o Pedro vem me tratando. Quem conhece a gente sabe que somos rígidos na educação dele. Não aceitamos desrespeito. Se ele desobedece, vamos brigar com ele, deixar bem claro que não está certa a atitude dele. Não nos rendemos a birras. Mas nos últimos dias ele tem me desafiado muito, argumentado, respondido... quando o pai está junto, deixa claro que tem preferido ficar com o pai. Se eu quero trocar a roupa dele, ele briga comigo e diz que não, e foge. Se é o pai, beleza. Troca aí, pai! E tudo bem... O que eu falo não vale. Meu marido tem uma explicação legal para isso. O Pedro só tem tido a mim para amar e odiar!!! Para brincar e para brigar. Muito intenso. Precisamos repartir mais o Pedro com o mundo!

Então, como não terei mais tanta necessidade de ir para São Paulo durante a semana, em decisão conjunta com o marido, vamos tentar novamente colocar o Pedro na escola. Assim eu terei mais tempo para cuidar da casa e de mim. O que é a principal razão para a escola do Pedro. Eu preciso muito fazer alguma atividade física. Todos precisam, claro! Mas bipolares são muito beneficiados com a atividade física frequente. Ela estimula a produção de endorfinas que ajudam a equilibrar o humor, diminuir crises, aumentar sensação de bem-estar. Além disso, preciso para tratar um problema que tenho no joelho (que hoje me deixou dependente de gelo, até por isso que estou escrevendo! Se não fosse ter que ficar quieta na cama para fazer gelo no joelho, eu estaria arrumando a cozinha...).

Ontem compramos uma mochila para o Pedro. Ele está animado com a ideia de ir para a escola. Mas tem pedido uma de "muro amarelo", onde brincou com um carrinho quando a visitamos. Não gostei da estrutura desta escola.  As salas tem pouca ventilação e o horário não bateu com o meu. A outra escola tem salas bem ventiladas, bonitas, atrativas para as crianças. Os horários vão de encontro com o que preciso e as referências foram melhores. Ele também gostou dessa...vamos ver amanhã.

O Pedro já pediu para eu deixar a lancheira dele pronta! Que esta animação perdure!










sexta-feira, 25 de abril de 2014

Quando se formam os sonhos?

Será que nascem com a gente e se escondem até um dia a gente nascer neles?
Ou será que vêm com o tempo e, do nada, prontos se apresentam?

Tanto faz se nascem. Pouco importa se já aparecem formados.
Os sonhos são meus, velhos amigos ou recém chegados.
Nutridos apenas por mim, ou por outros também compartilhados.

Como lagartas, casulos e borboletas...


viagem para Monte Verde - MG - foto tirada com uma Go Pro presa ao meu capacete (estava de garupa)


quinta-feira, 10 de abril de 2014

Otimismo e bipolaridade

Nos últimos meses diminuí bastante a frequência de atualização por aqui. A princípio, por achar melhor deixar o blog só sobre gravidez e bipolaridade, mas depois acabei não resistindo e voltei a publicar. O intuito do blog sempre foi, a partir das minhas experiências, ajudar aos outros. Por isso, mesmo que às vezes pareça só um “diário” ou bobeirinha, saiba que postei por achar que pode ser relevante para alguém!

Como alguns sabem, eu trabalhei um tempo com meus pais. Nesta época, fui selecionada para um curso da Faculdade Getúlio Vargas voltado para mulheres empreendedoras. O curso foi fantástico. Aprendi muito. Mas o trabalho com a família não dava certo...então, estudei e procurei emprego na área de marketing. De fato consegui, mas por conta do Pedro isto durou aproximadamente dois anos, até que eu abri mão de tudo para me dedicar exclusivamente a ele. E estou “apenas” cuidando do Pedro há 1 ano e meio.

Há uns quinze dias recebi um convite do Itaú para participar de uma plataforma colaborativa de mulheres empreendedoras. Fiquei bem animada! Coisas novas para a minha vida! E hoje aconteceu o primeiro encontro e, logo de cara, fui “cobrada” sobre meus talentos. Uma amiga que encontrei ficou chocada de ver que eu estou morando no interior e “só” cuidando do Pedro.

Não acredito em coincidências. Acredito que se preciso ouvir algo, Deus vai me falar e, como sou um pouco devagar, Ele vai repetir! E há poucos dias atrás minha avó me disse que eu era uma menina muito capaz e inteligente e que eu estaria “perdendo” os melhores anos da minha vida levando esta vida...

Bom, e daí? Quero insistir naquela tecla de retomar projetos e sonhos. Eu mesma não me empolgo com as coisas como antigamente porque junto vem sempre uma carga de “não vai dar em nada”, “eu não vou conseguir”... Mas estou começando a me policiar a lembrar de tudo de bom que já fiz, dos elogios que ouvi e destes avisos que tenho recebido!

A mesma amiga que me fez a cobrança, me passou uma lição de casa: pediu que eu listasse tudo o que eu sei fazer e curto. Junto com esta lista vou também anotar as situações onde usei este talento e realizei um bom trabalho. Sei lá, acho que bipolares precisam constantemente destas auto-afirmações para lembrarem que são pessoas com talentos, pessoas importantes para a família, peças fundamentais para empresas e para a sociedade. Mesmo que este talento não tenha sido remunerado. Por que sucesso não está necessariamente ligado a dinheiro. Lembrem-se disso!



terça-feira, 25 de março de 2014

Driblar a ansiedade e ter um sentido na vida

Diário
Estou há mais de uma semana na casa dos meus pais, que estão viajando. Estava desacostumada com o barulho e o trânsito de São Paulo, mas gosto muito de como acontecem coisas aqui! Na realidade, aqui elas acontecem, lá no interior, não!!! Quer dizer...não por 24 horas como nas cidades grandes. Estou receosa com meu retorno para casa. Sei que vou sentir falta da agitação daqui. Sei também que consigo me readaptar fácil. Mas terá de novo um custo.

Estabilidade e rotina é tudo para bebês, crianças e bipolares! Estou em uma fase onde nada é definitivo. Este é um dos motivos pelo qual o Pedro está fora da escola. E com esta situação, eu estou surpresa pelo meu humor estar tão tranquilo! Ando um pouquinho ansiosa, mas não o suficiente para me desestabilizar.


Reflexões extras - a internet te deixa ansioso?
Estou sem acessar o facebook (minha página pessoal, exceto messenger e páginas profissionais) há 25 dias. Ficar rolando a tela, lendo sobre a vida dos outros, aumentava a minha ansiedade. E eu fazia isso o tempo todo. Especialmente enquanto estava em casa, para me manter "em contato" com outras pessoas. Hoje estou só acompanhando o Instagram. Mais tranquilo!
Você também sente que acessar redes sociais te deixam ansioso?


Reflexões extras - você tem um objetivo de vida?
Estou lendo alguns livros. Dois sobre maternidade e um sobre ter um sentido na vida (não concluí, mas cheguei bem próximo do final!). Há semanas não consigo parar para ler. Mas este último, indicado por uma leitora daqui do blog, tem mudado minha vida. Ele foi escrito por um psicólogo que foi prisioneiro em Auchwitz. Ele fala uma coisa que eu já sabia, mas acho que pelo jeito que ele passou a mensagem, me impactou mais. Sabe quando você vê uma cosia todos os dias e, de repente, um dia você realmente a enxerga? Então! Foi assim! E neste livro o autor fala sobre a diferença das pessoas que vivem sendo pautadas por um propósito/sentido das que "vivem por viver". E ele escreveu a partir da experiência dele no campo de concentração, onde percebeu que pessoas que tinham um propósito, mesmo em meio ao sofrimento, sobreviviam mais do que as que não tinham. E eu tenho replicado esta mensagem para um monte de gente, até que ontem me dei conta de que não sei ao certo qual propósito da minha vida. Não consigo pensar em um objetivo...Hoje vivo pelo Pedro. Mas preciso de algo além, afinal, daqui a pouco tempo ele crescerá e não precisará mais de mim...


Deixo estas duas reflexões para vocês. Espero chegar em alguma conclusão em breve!

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Livros:

1. É o seu filho, não um hamster - Kevin Leman - Ed. Mundo Cristão
2. O poder da mãe que ora - Stormie Omartian - Ed. Mundo Cristão
3.Em busca de sentido - Viktor Frankl (é só colocar no google que tem link para baixar em doc)




domingo, 19 de janeiro de 2014

Quando ter o segundo filho

Gostaria muito de ter um segundo filho. E mesmo tendo medo de diversas coisas que envolvem ser mãe pela segunda vez, me preparei para isso. Quando passei com a psiquiatra tive uma boa notícia: hoje já existem estudos suficientes que demonstraram que a lamotrigina é compatível com a gestação. Mas mesmo assim, decidimos que nos três primeiros meses da gravidez eu ficaria sem tomar o medicamento. Por precaução. Então, suspendi o método contraceptivo e comecei a diminuir a medicação, 25mg por semana. Isso tudo morando na casa nova provisória (estamos em uma casa no interior que não é nossa, até decidirmos se aqui é um lugar bom para morarmos).

Que ideia boa a minha, não? Quer testar uma pessoa, faça ela passar por diversas mudanças ao mesmo tempo. De preferência, na época de férias do filho. Perfeito para dar errado…

Com relação à nova moradia, e às caixas de coisas que só vamos desempacotar na nossa casa definitiva, eu estava já me conformando. Meu humor estava ok. Consegui guardar nossas roupas. Ajeitar nosso quarto e o do Pedro com os móveis que trouxemos do apartamento. Nossas coisas de cozinha continuaram encaixotadas, já que a cozinha aqui está totalmente montada. A cidade nova é muito gostosa. O lugar onde moro também é muito tranquilo, com bastante verde. O que ajuda a me deixar mais calma. Já encontramos algumas opções de restaurantes em conta para fugir um pouco da cozinha. Tudo indo razoavelmente bem, até o Pedro e eu termos juntos crises de tpm.

Depois de um mês sem remédio e sem anticoncepcional, minha menstruação atrasou. E bem nesta época paciência passava longe da nossa casa. O Pedro estava em uma fase horrível de birra. Não queria comer direito, não obedecia. Estava super irritado. E eu também. Cada dia mais. Ainda com a possibilidade de estar grávida. Teve um dia que fui na cidade trocar pneus do carro e resolver coisas do banco. O Pedro com toda a sua energia e birra, me estressou no banco enquanto eu tentava registrar senha nova para o cartão. Não parava quieto correndo. Quando coloquei ele no balcão, para controlá-lo um pouco, ele quis digitar as senhas dele, enquanto eu tentava alterar as minhas, até que conseguiu quebrar uma parte do leitor de cartão. Depois de outras birras, voltamos para a casa, fim de um dia que para mim pareci ter tido muito mais que 24 horas. Ele dormindo e eu chorando, em crise de "não presto"…

Pelo menos meu marido estava em casa para nos receber. Me acalmei com ele e decidimos esperar um pouco mais ter outro filho. Eu não estava grávida! \o/ Vamos esperar pelo menos decidirmos a nossa casa de verdade.

Entendo que engravidar foi uma decisão boa, mas em um momento errado.

Agora é replanejar o ano. Voltar com a medicação e estabelecer um prazo para decidirmos sobre a nova casa. Não quero esperar muito para ter outro filho. Me angustia pensar em passar por tuuuuuudo de novo: choros, birras… mas passa e vale a pena (meu novo mantra)!