domingo, 27 de fevereiro de 2011

Amamentação - amor, ódio e paciência!

Já falei aqui que não tinha muita paciência durante a amamentação. Não por causa do ato em si, mas pelo tempo que toma e por causa da necessidade que tenho de sempre estar fazendo algo. Resolvi ler durante a amamentação. Funcionou por um tempo. Agora, esquece! O Pedro precisa de mais atenção nesta hora. Ele às vezes engasga, talvez por causa da cirurgia, ele também dorme e "esquece" como mamar, enfim, ele precisa que eu esteja inteiramente à disposição dele, corpo e mente.

Mesmo assim, continuo estressando. Agora arranjei um outro motivo (para que ter vida calma, não?). O problema é que não sei quando ele está realmente satisfeito. Algumas vezes, ele é bem objetivo para mamar. Suga forte, constantemente, arrota, dorme e fim. Mas, para minha tristeza, a maioria das vezes não é isso que acontece. A hora da mamada tem sido outro parto. E durante a madrugada é bem pior. O sono e o cansaço intensificam tudo. Se eu conseguisse ficar calma, com certeza facilitaria.

A saga é a seguinte: Ele acorda chorando, aquele típico choro de quem quer mamar. Ok! Ele está com fome. Coloco ele no peito. Ele suga, suga, suga e pára. Solta o peito. Volta. Sei que não é falta de leite porque aperto o bico e esguicha. Continua mamando. Às vezes, mama "de verdade", outras, só fica "chupetando" meu peito. Depois de um tempo, às vezes 5 minutos, outras vezes 20, ele dorme de abrir a boca e ficar bem molinho. Aproveito a deixa para trocar a fralda, cheia ou não. Ele acorda (não curte trocar fralda). Depois de limpo, recoloco no peito. A história recomeça, e minha paciência geralmente nesta fase já se acabou. Coloco ele no berço. Ele esperneia. Chamo o marido, que tem paciência estocada e ele tenta fazê-lo dormir. Quando não consegue, volto pro quarto porque já sei que o rapaz ainda está com fome. Volta pro peito e mais uma vez, tudo se repete, e da paciência, nem sombra há!

Precisa ser bipolar para surtar? Precisa ter algum distúrbio psiquiátrico para ficar impaciente e irritada? Sinceramente, é preciso muita meditação e auto-controle para "se entregar" à amamentação da forma como deve ser. Talvez existam algumas almas criadas para a maternidade que estão lendo este post agora e estão achando a maior bobeira enxergar dificuldade nesta situação.

Uma das opções para escapar deste infortúnio seria usar mamadeira ou copinho, mas eu acho que seria egoísmo da minha parte. Privar meu filho de mamar no peito só porque eu não tenho paciência, não é justo. Se fosse um surto considerável, realmente da bipolaridade, tudo bem. Mas acho que o motivo não entra na lista das razões para optar por mamadeira ou copinho. Bem que eu queria...

Então, o que fazer? Meditar? Respirar fundo? Tomar florais, chás e cheirar lavanda? Criar vergonha na cara e se esforçar para ter mais paciência com meu filho? Acho que tudo isso funcionará muito bem. Mas o principal, e digo isto analisando o meu perfil, mas também sei que servirá para qualquer mãe que queira amamentar e tenha esta dificuldade, é realmente entender que o momento da amamentação é do seu filho. Eu gosto de assistir o jornal pela manhã, então, amamento o Pedro na sala, em frente à tv. Neste momento, se ele quiser chupetar não terá nenhum problema, mas sinto que estou negligenciando um momento que deveria ser exclusivamente dele. A minha atenção não está totalmente voltada a ele.

Como me distraio fácil e sou um pouco hiperativa, sei que para a amamentação ficar mais tranquila, preciso fazê-la sempre no quarto dele, na penumbra, com toda a estrutura já montada (água e panos de boca) e, principalmente, ciente de que poderá demorar vinte minutos ou uma hora e meia (a pediatra me orientou que depois de uma hora no peito, com certeza ele já está só me usando!).

E, para já colocar em prática, vou logo ali acudir um bebê gostoso clamando por peito... Paciência!

ps: Ainda amamento assistindo ao Jornal, pela manhã. Mas estou prestando mais atenção ao Pedro, porque ele tem engasgado enquanto mama. Acho que o segredo é esse mesmo, encontrar o equilíbrio. Como sou muito agitada e ansiosa, às vezes dou mais atenção à tv, ou ao livro, ou ao twitter no celular, do que ao Pedro. Mas acho que até ele sente, porqu fica mais agitado. Depois que passei a "curtir" mais este momento, passei a me sentir melhor!

sábado, 26 de fevereiro de 2011

Insanidade materna

Faz um tempinho que não apareço por aqui. Os textos pipocam na minha mente loucos para serem colocados na tela, mas o tempo ficou escasso! Ter filho toma muito tempo, como todas sabem. Também consome muita energia, fortalece os braços, aumenta a paciência e o seu coração, te enche de amor, mas, também causa insanidade!

Tive a grande benção de ter o meu marido comigo em casa praticamente o primeiro mês inteiro do Pedro com a gente. Aprendemos as coisas juntos. Sofremos juntos. Ele me ajudou em tudo, quer dizer, quase tudo, ele não deu o peito e ainda não deu banho (o Pedro era muito pequeno pro braço do meu marido!!!). Mas acho que não enlouquecemos juntos.

Meu marido sempre foi uma pessoa equilibrada. Tão equilibrada de chegar ao extremo de eu acordar pela manhã (após a noite fragmentada pelas mamadas) e ouvir dele algo assim: "Chegamos a algumas conclusões esta noite...". E iniciou um discurso "frio" sobre a rotina do Pedro, esmiuçando os hábitos dele, tirando ótimas conclusões, como por exemplo, hum, bom, quando eu lembrar eu falo aqui, porque, como disse, a insanidade afetou muito mais a mim e eu estou neste momento mais insano!!!

O fato é que ele realmente conseguiu entender o Pedro melhor do que eu. E conseguiu me dar várias dicas antes de voltar ao trabalho. Acho que, como ele disse, e esta fala eu lembro bem, "quem vê de fora, consegue analisar melhor". Então, comecei a maratona sei este pai analítico, e foi o que me levou a voltar ao medicamento (sobre isto, farei um post exclusivo que está ainda pipocando no meu cérebro!) e à loucura crescente!

Os dias sem o J (apelido do meu marido, não é que ele não queira ser identificado!) afloraram a minha insanidade. No banho, que quando acontece é o meu momento, notei que, por causa do cansaço (além da loucura), recorro ao sabonete que tem em sua embalagem escrito "recarregue-se" e ao shampoo "active". Me apego a eles como se fossem a minha grande fonte de energia! E realmente acredito no que a embalagem diz...

Outra coisa doida que quase faço (acho que preciso de mais alguns meses para me entregar a esta!), é não fechar o sutiã, nem arrumar a blusa. Sempre fui muito tímida. Nunca gostei de tomar banho em frente às amigas, agora, o peito é público. Loucura total! Quando amamento na sala e minha vizinha bate na porta, que geralmente está destrancada, falo para ela entrar. Se a porta está trancada, vou até a porta como estou, de peito de fora. Nem me dou conta disso. Um dia, quase tirei o lixo para fora com o "restaurante" do Pedro aberto!!!

Mas apesar destas "mini loucuras", acho que a pior de todas acontece quando dou banho no Pedro! Faço aquele ritual bonitinho começando pela cabeça com ele ainda no colo. Depois, coloco ele na banheira bem devagar, conversando com ele. Lavo o corpinho dele e, assim que eu tiro ele da banheira, com ele no colo, sem brincadeira, eu o sacudo como se fosse um objeto qualquer. Não pensem mal de mim, faço isso de leve, de verdade! Mas é totalmente inconsciente e automático! Coisa doida...

Pelo menos, as minhas loucuras são inofensivas! Quer dizer, enquanto eu não tomar o sabonete líquido para me sentir "recarregada", não torcer o Pedro ao tirá-lo da banheira e enquanto eu não for ao banco com os peitos de fora, esta insanidade materna apenas contribuirá para posts loucos, engraçados ou trágicos. Continuando assim, até que eu vou gostar de ser uma mãe insana!

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Padecer ou renascer no Paraiso?

Ser mãe recente e ser bipolar se confundem bastante. Neste primeiro mês, percebi que mesmo que não fosse bipolar, me sentiria assim nestes dias. Nunca vi com bons olhos o fato da bipolaridade ser "banalizada", ou seja, qualquer um achar que uma simples variação de humor já o classifica como bipolar, como se fosse legal isto. Mas, de fato, ser mãe nesta fase e ser bipolar são sinonimos.

Ontem, tivemos uma tarde e noite daquelas. Não estamos em casa. Estamos "descansando" em Atibaia. Aqui esta quente, mas durante a noite esfria, pelo menos do lado de fora da casa! Aqui dentro, como o Pedro bem sabe, fica abafado. Não sei se por isso ele tem chorado tanto. Não me parece ser cólica, porque assim que pegamos ele no colo, o choro para. Tenho trocado a fralda dele sempre após as mamadas, e quando necessário. Tenho respeitado seus horários de mamada. Então, o problema não é fome nem fralda suja.

Não sei se o calor tem irritado ele, pode ser. E não só tem irritado a ele, como a mim também, pelo que faz com meu pequeno. E das quatro da tarde até duas da manha a irritação tomou conta. O Pedro só parava de chorar para mamar, quando estava no nosso colo (isso é ruim) e para olhar a sua volta como quem diz: " Vocês ainda estão ai? Então vou voltar a chorar!". Coitado! Sei que não é isso mesmo que ele pensa, mas nessas horas, basta ser mãe para surtar.

Estou lendo "Os segredos de uma encantadora de bebes", e infelizmente, ela nao conseguiu resolver nosso problema ontem. A sua solucao e pegar o bebe no colo, acalma-lo e recoloca-lo no berco. Ah! Eu tentei! E se continuasse tentando ia repertir o processo umas 70 vezes
e temo que em algum momento estaria balancando violentamente o Pedro e praticamente jogando-o de volta no berco. E nao pense que
maes nao bipolares nao passam por isso. Ja ouvi relatos parecidos de maes sem este diagnostico. Nao sei se isso me consola ou me faz sentir pior. O que sei, é que isso me fez pensar bastante.

Ser mae é aprender a amar, aprender e exercitar o auto-controle. é superar e assumir a impotencia diante de um ser indefeso. é abrir mao de um pedaco de voce, por um tempo, para ajudar a formar um ser completo. Nao acho, no entanto, que seja "padecer" no Paraiso. Claro que sei que isso doi, e sentimos como se estivessemos padecendo! Mas acho que cabe mais dizer "adoecer" para "renascer" no Paraiso. Mas temos um conforto: realmente estamos no Paraiso! Ter filho, é materializar o amor, e isso so pode ser o Paraiso!

E voce, também acha que ser mae é adoecer para renascer no Paraiso?

ps: Desculpem-me a falta de acentuacao. Estou atualizando o blog usando um iPad e encontrei akgumas limitacoes!!!

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Voltando aos medicamentos e assadura

Esta foi a primeira tarde sozinha com o Pedro. A voz da Di ecoou algumas vezes na minha mente. Apesar da psiquiatra dizer que não preciso voltar com a medicação, a situação que vivi hoje me deixou com sérias dúvidas. Meu pequeno mamou de três em três horas durante a noite. Pela manhã, mamou às seis, nove e onze. Troquei a fralda dele em todas as mamadas. Depois das onze, mamou às duas. Aí começou o chororô.

Quando meu pequeno chora sempre penso nas seguintes opções: fome, cólica, fralda suja, frio/calor ou susto (ele se assusta com o reflexo de moro). Então, excluí a fome, ele tinha mamado fazia menos de uma hora, e pulei para "cólica". Fiz massagem, movimentei as perninhas e, nada. No colo, ele ficava quietinho por um tempo. Dei o remédio para cólica. Ele continuou chorando muito. Nada do que eu fazia resolvia. E ele sempre pedindo peito.

Quando ele ficava sonolento no meu colo, eu o colocava no berço. Mas depois de poucos minutos voltava a chorar. Até fiz o charutinho com o cueiro que compramos, mas nem o "milagroso" funcionou. Os minutos passavam e nada resolvia. Comecei a me sentir extremamente irritada e impotente. Estava tão irritada que achei mais seguro e coerente tomar meio comprimido de Haldol, que a psiquiatra receitou para situações assim.

O medicamento fez efeito rapidamente. Me senti relaxada (fisicamente) e um pouco apática. Chorei pedindo pro Pedro e para Deus me ajudar. Não queria sentir raiva do meu filho. Ele estava apenas tentando se comunicar comigo. Eu que não consegui captar suas necessidades. E esta sensação é horrível.

Depois de quase duas horas, resolvi dar um banho no balde para ver se soltava o intestino dele (comtinuava achando que era cólica). Deixei o balde enchendo no banheiro, tirei a roupinha e fralda dele e, lá estava o problema: assadura. Como eu não percebi antes? Por que deixei de passar a pomada à noite? Como não pensei que o meu filho estava com dor?

Fiquei de coração partido! É duro aprender as coisas às custas do choro de Pedro. O aperto que sentia no meu peito só aumentou. E a voz da Di voltou a ressoar. Para o filho crescer saudável é necessário uma mãe saudável. Então, depois desta "tarde de terror", tomo duas decisões: usar pomada e Lamitor* todo dia. Tenho certeza que o Pedrinho vai agradecer estas atitudes um dia!

*A Lamotrigina não afeta na amamentação. Posso continuar normalmente. Bom porque a pediatra não quer que eu dê mamadeira para o Pedro ainda (talvez relevaria se eu não pudesse amamentar). Com isto, ainda não poderei ter "aquela" noite de sono que eu tinha programado. Mas, quando preciso, o marido pega o pequeno assim que acaba de mamar, e eu volto logo a dormir. Menos mal!