sábado, 14 de maio de 2011

Internada com o Pedro - ou surto ou evoluo!

Estou há cinco dias em um quarto de hospital, acompanhando meu filho. Apesar de ter sido internado na uti, o quadro dele nunca esteve grave, mas demandou bastante atenção da equipe médica por ser muito pequeno e por seu histórico de cirurgia logo que nasceu.

Em nenhum momento fiquei angustiada por ele estar aqui, pelo contrário, fiquei aliviada. Os três dias em casa que antecederam a internação, estes sim foram angustiantes. Me senti impotente diante do meu Pequeno cheio de secreção, sem conseguir por para fora, engasgando, ficando sem ar e cada vez mais amuado.

Mas, confesso que fiquei com medo de surtar neste quarto! Fico praticamente 24 horas aqui. Pouco ando. Pouco vejo pessoas. Estou vivendo uma imersão de Discovery Kids. Vejo o céu através de uma tela na janela. Mas vejo sempre a mesma paisagem. Minhas pernas incharam, minha barriga inchou (resquícios da cesárea), e estou constantemente com uma tontura chata. Pouco durmo.

Este é o cenário ideal para a energia migrar do corpo, que fica bobo, mole e preguiçoso, para a mente, que fica inquieta e agitada. E hoje, senti o pico disto! Por isso, deixei meu Pequeno sob os cuidados das enfermeiras e saí para caminhar! Aqui perto do hospital tem uma pracinha com uma banca de jornal e outra de fruta. Comprei uma revista, uma água de côco e me sentei em uma mesinha para tentar reorganizar a minha energia e resgatar um pouco de sanidade!

Eu estava tão isolada do mundo que fui para este passeio sem agasalho, com uma camiseta bem fresquinha e, sentada ao lado de um termômetro bem grande marcando 19º, tomei uma água de côco bem gelada, enquanto lia a minha revista! A garganta sofreu um pouco, mas espaireci os pensamentos, oxigenei alguns músculos e redistribui o sangue que estava nos pés e pernas para o resto do corpo!

Estou ficando boa para me perceber e para bolar estratégias para me sentir melhor. Às vezes, demora um pouco para colocá-las em prática, mas só o fato de uma hora reagir já é muito bom!

Acho que tenho conseguido isso pois finalmente tenho pensado com mais calma sobre a minha vida e tenho me dado tempo para tomar decisões. Estou menos ansiosa. Talvez seja resultado do que tenho aprendido com meu marido e com a maternidade. E isto ficou bem evidente aqui no hospital.

Inclusive, alguns pensamentos ficaram passando repetidas vezes na minha cabeça: o que será do meu mestrado agora que meu professor faleceu? Não imagino ninguém à altura dele para ser meu orientador. Não estou certa de que conseguiria desenvolver o artigo sem a sua ajuda. Nem sei se realmente quero acabar o mestrado, pois antes dele falecer tinha certo que só acabaria pois não queria desapontá-lo. Mas consegui deixá-los de lado e simplesmente não decidir nada. Estou muito feliz por ter conseguido a serenidade para tomar esta atitude em meio a uma situação propícia para surtar, mas bem que tudo isto podia ter acontecido sem meu Pequeno no hospital. Fazer o quê? Este é o pacote "vida com emoção" que o Pedro me deu!


Ps: a emoção deve acabar entre amanha e domingo. Segundo o médico, é o que falta para ele ter alta!

3 comentários:

  1. ola! eu sinceramente axo que devias investir no teu mestrado por ti a longo prazo, mas pelo teu orientador que sempre acreditou em ti e sempre esteve lá pra te ajudar! ele merece que lutes por ti e que o homenageies lutando pelo teu futuro,quanto mais nao seja pela formaçao. beijos e força pra ti e para o pedrinho

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  2. ju, força aí e melhoras pro pedrinho... e, segue em frente com teu mestrado! não deixa a peteca cair!
    beijoo

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  3. Ju,
    Que bom que o Pedro já teve alta.
    Beijos na familia linda.
    Já ADD o blog lá.
    Colucci
    @antoniocolucci

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