domingo, 16 de janeiro de 2011

Chupeta e mamadeira: vilões ou solução?

O Pedro está em casa há 3 dias. Cada dia foi diferente. O primeiro foi bem tranquilo. Acordou para mamar de 4 em 4 horas. Apesar de ficar bem sonolenta nestas mamadas, não foi difícil de acordar. Durante o dia, a rotina muda: mama de 2 em 2 horas (isto no segundo dia). A noite seguinte, não seria tão diferente se não fosse a "manutenção do tetê esquerdo".

O bico do meu peito esquerdo começou a fazer bolha já no segundo dia de livre demanda* em casa. A dor era tanta que não consegui dar de mamar com este peito. Não achei que seria um grande problema, durante um dia, amamentar apenas com o peito direito. Me enganei. Com apenas meio dia de "inutilização", o peito esquerdo já tinha começado a doer bastante (além do bico), ficou duro e quente. Fiz uma compressa com gelo, já que a água quente estimula produção, e o meu problema era muita produção parada dentro dele.

Durante a madrugada, decidi ordenhar como havia aprendido no lactário (3 sequências de 3 minutos), para reeducar a produção de leite. A ordenha não machucou tanto quanto a sucção do Pedro. Então, descongelei um pouco do meu leite e durante a madrugada meu marido deu a mamadeira, enquanto eu ordenhava. O bico direito também estava um pouco machucado.

Percebi que a situação do peito esquerdo era mais séria do que imaginava quando vi o resultado da primeira ordenha: praticamente apenas sujei a ordenha com o pouco de leite que tirei, apesar de ter feito massagem e estimulação corretas. Confesso que fiquei com medo e desapontada. Na UTI, me esforcei tanto para meu filho não "viciar" na mamadeira, e agora em casa, a única solução seria dar a mamadeira.

Acho que sou idealista demais. Sempre fui militante da amamentação, apesar de que minha ideia deste ato era indolor e de três em três horas, sem surpresas. Como meu pequeno nasceu prematuro, a pediatra pediu que eu desse o peito sempre que ele pedisse. E, além do machucado, hoje das 9am até às 2pm, o Pedro pediu peito de hora em hora.

Fiquei desesperada. O peito já estava um pouco melhor, mas dar de mamar a cada 40 minutos estava me deixando angustiada. Eu amo meu filho, isto é fato. Mas estava impaciente e querendo desistir de tudo com esta rotina insana. Não chorei, não neguei peito, mas posso falar que nas últimas mamadas desta bateria, dei o peito bem emburrada. Se isso fosse continuar, tinha certeza absoluta que seria motivo de retornar mais rapidamente aos remédios.

Pensei em dar chupeta para o Pedro. Ele chorava muito e só parava no peito. Mas por um momento, coloquei meu dedinho na boca dele para testar se era fome mesmo (isto em um momento de total desespero). Ele chupou meu dedo por um bom tempo e ficou quietinho. Peguei o telefone na hora e liguei para a pediatra. Deixei um recado "semi-desesperado" na caixa postal dela. Ela me retornou e explicou que provavelmente ele não esatava com fome, mas sim com cólica. E bebês em qualquer situação de desconforto, recorrem ao peito.

Me senti um pouco envergonhada. Depois que a pediatra falou, tudo parecia óbvio. Ser mãe de pirmeira viagem não é nada fácil. Maternidade não é o paraíso (pelo menos não neste começo). Além de orientar sobre a cólica, ela liberou a chupeta para acalmá-lo. Meu marido esterelizou a chupeta e, enquanto eu estava no banho, outra crise de choro com barriga cheia aconteceu. Ele colocou a chupeta na boca do Pedro, e milagrosamente, ele fiou calmo.

Mais tarde meu marido saiu e o Pedro deu outra crise de choro deste mesmo jeitinho. Coloquei ele de bruços nos meus braços, com a mão esquentando a barriguinha dele e a chupeta na boca. Ele acalmou, largou a chupeta e dormiu gostoso, naquela mesma posição. Fiquei muito satisfeita de conseguir resolver o choro dele sem peito. Foi libertador!!!

Com poucos dias sendo mãe na prática, posso dizer que nada do que planejei antes se tornou realidade. Pelo contrário, fui contra as três grandes premissas que tinha durante a gravidez sobre como cuidar/educar o bebê: dei mamadeira e chupeta e estou seguindo a teoria da livre demanda. Não estou frustrada, apenas aprendendo que ser mãe é sempre uma surpresa (agradável ou não) e que a gente planeja apenas até a gravidez, depois disso, só Deus sabe!

*livre demanda: amamentar o filho quando ele pedir, independente da hora.

8 comentários:

  1. Ju..

    Teorias são lindas.. mas a prática é outra realidade!!! Eu falo isso por experiência de 3!
    Minha primeira filha não quis chupeta.. e chorava muito de colica.. O Pedro não pensei duas vezes.. dei chupeta.. era um santo calmante.. com dois anos e pouco (com muito sacrificio) consegui tirar....

    e o Lucas eu nao ia dar chupeta.. pensava no drama que era para tirar... Minha pediatra disse que ele "tinha necessidade" de chupar... Dei.. e com 10 meses ele simplesmente largou a chupeta por conta própria...

    Ser mãe é uma aprendizado diário.. mas quando vc tiver o segundo filho, vai ver que será tudo mais fácil....

    Quero muito conhecer o seu gatinho viu :)
    bjs
    Jacke

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  2. rsrsrs... Agora eu ri, mães são divertidas, trabalho com crianças em uma creche de periodo semi-integral e sempre acho as mães divertidas... Amamentar doí, educar é um desafio que põe todas as teorias em risco, seu pequeno gosta de chupeta, fazer o que? Isso varia, tem criança que na idade dele gosta de pano, tem criança que chupa dedo (ai varia vai do dedão até o midinho) e outras vão de chupeta e os seus vários tipos... Essa fase é a de conhecer os gostos dele, dai vaid e você encontrar o limite entre respeitar o que ele gosta e o que é bom para ele, acho que esse é o maior desafio de ser mãe, respeitar a personalidade do filho e molda-la ao mesmo tempo...

    As vezes me pergunto que tipo de mãe vou ser depois de ter cuidado de tantos filhos de outras pessoas por tanto tempo... se vou ter paciência, se vou respeitar ou impor minha vontade...

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  3. Ju, eu imagino que não deve ser fácil. MAs oq todo mundo diz é que tem que ter paciencia!!!
    QUero ver como será qdo chegar a minha vez, tb sou super idealista!
    Ahh vc já tentou o "escudo de bico"? É tipo uma capinha de silicone bem molinha q vc coloca no mamilo para o bebe mamar qdo está machucado.
    Tente e me fale se deu certo!
    Bjos!

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  4. Ju, corre pra encantadora de bebes (pra implantar com uns 3 meses so, não agora). È moça, é dificil mesmo... Por isso eu disse, deixa seu marido dar uma mamadeira de leite de madrugada pra voce dormir direto umas 6 horas e bora livre demanda de dia. Com os dias passando o Pedro vai se acalmar, vai criar um padrão de fome pessoal dele, que pode ser de 2h em 2h, 3h em 3h (mais que isso não ate a pediatra liberar). Voce vai ver como na proxima consulta com a Pediatra, o Pedro tendo engordado e se desenvolvido dentro do esperado, ou mais, como é satisfatorio e da aquela sensaç~´ao de "nossa, valeu a pena". E, qualquer coisa, grita! To por aqui :) Beijos

    Quando estiver mais adaptada a rotina me avisa que quero te visitar!

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  5. Ju, espero que você e o filhote esteja bem. Somos mães a cada dia. Aprendemos com os erros e acertos - não tem outra forma. Educar é difícel, escolher é difícil, amar às vezes é difícil. Beijos no seu coração. Você vai saber o que é melhor para o seu filho, com toda a certeza.

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  6. Sempre nos adaptamos as cituações!! Jaja vc vai estar sabendo o que significa cada olhadinha, cada chorinho.
    Ser mãe deve ser mágico, maravilhoso!! Não vejo a hora de chegar minha vez!
    A questão do leite, poxa imagino que seja complicado mesmo, minha mãe a 20 e tantos anos passou pela mesma coisa, a mãe dela passou pelo mesmo a 50 anos, ano que vem pode ser que eu tbém passe.... é bem complicado, quem sabe um dia os pesquisadores descubram algum metodo de termos um primeiro mês mais praeroso com o bebe. Vamos torcendo né!!

    Adoramos o blog!!

    Beijos
    Gy e Su

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  7. Como esposo de uma bipolar eu faria o seguinte hoje se esposa estivesse na sua situação atual:
    - não acordaria esposa para mamada da noite, o sono é a garantia de estabilidade emocional e talvez esta seja tão importante quanto o leite;
    - continuaria com a prática de não acordar filho para dar mamadeira a noite, somente se ele acordasse sozinho;
    - receberia visitas na sala no primeiro mês ou até organização das rotinas, pois visitas chegam nos intervalos de mamada quando mãe precisa descansar;
    - eu assumiria algumas das tarefas também, como dar banho e trocar fraldas (não o fiz porque sogra encheu o saco de minha esposa que isto deveria ser feito por ela, acho que ela na verdade tinha medo de molestação);
    - restringiria permanência de sogros em casa, eles sufocam e estressam ambiente, fora as pendências emocioanis mal resolvidas entre esposa e minha sogra;
    - manteria a prática de filho dormir no próprio quarto depois de cair umbigo;
    - nada de ficar sendo paparicada com colo por toda a família que invade a casa na primeira semana, em especial a sogra, acostuma mal a criança e depois todos vão embora e os pais ficam com o pepino da neném só querer colo;
    - no calor, daria um pouco dágua...todo mundo tem sede né;
    - aos seis meses introduziria outra alimentação junto com leite: frutas, papinha bem feita com sabor agradável...todos têm paladar.
    Feliz pelas notícias!

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  8. Oi Jú!
    Como é bom ler seu blog, tô me lembrando das minhas lutas com a Mayda e meu peito rachado. Não sei se no segundo filho o peito já está com calo e mais insensível, ou foi por eu ter usado pomada pré amamentação, não tive problemas com peito rachado, mas na primeira fiz de tudo, cortei sutien, passei buchinha, tomei sol, e nada adiantou,(não usei pomada) surgiram bolhas, rachaduras e sangue, algumas vezes amamentava chorando e com toalha de rosto na boca para não gritar. Parei por uma semana de amamentar do lado ferido, e ia tirando com bombinha e pomada massê e sarou, depois foi maravilhoso, não doía mais e aproveitei o máximo desses momentos.
    Quando o filho te olha com satisfação, não tem preço, é mágico. Vai que é tua mãe!!
    Ahh...chupeta eu era contra, Mayda usou por pouco tempo, só usei em momentos de real necessidade (pra acalmar), imaginei que quanto mais oferecesse pior seria. Sophie nem usou, acho que não gostou, ainda bem!
    Falando em livre demanda, eu pra falar a verdade acho que os médicos tem é antipatia com o livro nana nenem, pra todos que eu falava dessa técnica eles torciam o nariz, o bebê tem muita importãncia no meio familiar e muito apego a mãe, mas precisam de uma mãe com boa noite de sono, peito são, forças e rotina!!Isso eles aprendem rapidinho e um pouquinho de choro não mata ninguém (avise os vizinhos primeiro rs)
    Eu gosto muito de falar nesses assuntos rs...


    bjos e melhoras!

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