quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Voltando aos medicamentos e assadura

Esta foi a primeira tarde sozinha com o Pedro. A voz da Di ecoou algumas vezes na minha mente. Apesar da psiquiatra dizer que não preciso voltar com a medicação, a situação que vivi hoje me deixou com sérias dúvidas. Meu pequeno mamou de três em três horas durante a noite. Pela manhã, mamou às seis, nove e onze. Troquei a fralda dele em todas as mamadas. Depois das onze, mamou às duas. Aí começou o chororô.

Quando meu pequeno chora sempre penso nas seguintes opções: fome, cólica, fralda suja, frio/calor ou susto (ele se assusta com o reflexo de moro). Então, excluí a fome, ele tinha mamado fazia menos de uma hora, e pulei para "cólica". Fiz massagem, movimentei as perninhas e, nada. No colo, ele ficava quietinho por um tempo. Dei o remédio para cólica. Ele continuou chorando muito. Nada do que eu fazia resolvia. E ele sempre pedindo peito.

Quando ele ficava sonolento no meu colo, eu o colocava no berço. Mas depois de poucos minutos voltava a chorar. Até fiz o charutinho com o cueiro que compramos, mas nem o "milagroso" funcionou. Os minutos passavam e nada resolvia. Comecei a me sentir extremamente irritada e impotente. Estava tão irritada que achei mais seguro e coerente tomar meio comprimido de Haldol, que a psiquiatra receitou para situações assim.

O medicamento fez efeito rapidamente. Me senti relaxada (fisicamente) e um pouco apática. Chorei pedindo pro Pedro e para Deus me ajudar. Não queria sentir raiva do meu filho. Ele estava apenas tentando se comunicar comigo. Eu que não consegui captar suas necessidades. E esta sensação é horrível.

Depois de quase duas horas, resolvi dar um banho no balde para ver se soltava o intestino dele (comtinuava achando que era cólica). Deixei o balde enchendo no banheiro, tirei a roupinha e fralda dele e, lá estava o problema: assadura. Como eu não percebi antes? Por que deixei de passar a pomada à noite? Como não pensei que o meu filho estava com dor?

Fiquei de coração partido! É duro aprender as coisas às custas do choro de Pedro. O aperto que sentia no meu peito só aumentou. E a voz da Di voltou a ressoar. Para o filho crescer saudável é necessário uma mãe saudável. Então, depois desta "tarde de terror", tomo duas decisões: usar pomada e Lamitor* todo dia. Tenho certeza que o Pedrinho vai agradecer estas atitudes um dia!

*A Lamotrigina não afeta na amamentação. Posso continuar normalmente. Bom porque a pediatra não quer que eu dê mamadeira para o Pedro ainda (talvez relevaria se eu não pudesse amamentar). Com isto, ainda não poderei ter "aquela" noite de sono que eu tinha programado. Mas, quando preciso, o marido pega o pequeno assim que acaba de mamar, e eu volto logo a dormir. Menos mal!

7 comentários:

  1. Que bom que voce se da bem com o lamitor!
    Fica sim, sempre atenta, claro! Mas e duro mesmo, doi no coração e eu mais de uma vez pedi a rebeca e a deus pra me ajudarem,sim. Ajudarem a entender, a ter paciencia pra aprender, a ter paciencia, a não perder a calma, pois e iso ai, eles so quererm se comunicar.
    A primeira assadura vem assim, sem a ente esperar. depois, calejamos e ficamos mais ligadas. O pedro chora, a rebeca nunca chora por causa disso - então quando ela chega a ficar incomodada e reclama, sem choro, mexendo na fralda, ja esta quase em carne viva. Sempre foi assim... Coisa de doido, ou demãe - se chora, ficamos nervosos e queremos que falem e não chorem. Quando não choram, queremos que chorem pra poder atender mais rapido. Aff

    A medicação ajuda sim, mas a tendencia e voce precisar de doses menores que de antes de engravidar, então se a sua reação ao remedio for muito forte, e normal, e uma questão de acertar a dose, ok?

    Como sempre, qq coisa, grita! Bjs

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  2. Oi Ju... essa fase que eles não conseguem falar declaradamente o motivo do choro é tão difícil né?
    Lembro uma vez, quando a Clara era bebezinha, acho que tinha a idade do seu Pedrinho... e eu estava morrendo de sono e cansaço e ela não dormia...
    Eu estava embalando ela no sono, era quase meia noite.. e nada... fiquei tão irritada, tão irritada que balancei ela com toda força e disse para ficar quieta e dormir...
    E o que aconteceu? Ela chorou mais.. claro!
    E eu comecei a chorar desesperadamente... meu marido foi lá e me ajudou..
    Mas a gente cansa Ju.. ser mãe é tão difícil.. Mas com a graça de Deus vencemos :)

    Boa sua decisão sobre a medicação..
    bjs
    Fique com Deus
    Jacke

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  3. É assim mesmo Ju... uma vez quase queimei meu filho com a água do banho, choramos juntos !!! e aí pedi desculpa prá ele (e foram mtas desculpas) mas sempre dizia, é que eu não sabia... e uma vez ele também assou de fazer ferida... puxa como eu chorava com ele... é normal... mas tudo isso passa e o que fica é o amor que temos um pelo outro... sem traumas.
    bjão

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  4. Minha esposa usa LAMITOR...
    Minha filha tem 14 anos...suas palavras servem para mim também: "Nao queria sentir raiva da minha filha. Ela está apenas tentando se comunicar comigo. Eu que nao consego captar suas necessidades. E esta sensacao é horrível."

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  5. Meninas, bom saber q todas algum dia se sentiram como eu!!! Mas sei que pela bipolaridade minha raiva posso perder mais ainda o controle, o que seria inaceitável. Então, lamitor, seja benvindo! E já veio me dando insônia... olha eu aqui lavando roupinhas às 6 da manhã, já que depois da mamada das 4am não peguei no sono :-s

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  6. Haldol é o medicamento mais antigo. Você usa ou usava ele rotineiramente? Existem outros com efeitos colaterais bem mais reduzidos.

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  7. O que eu mais gosto em seu blog é a sinceridade de suas palavras, a coragem de expor sentimentos sobre a maternidade recente que nem todos tem e a sua busca em ser uma mãe cada dia melhor. Também passo por esta fase, e não é fácil.Mães de primeira viagem, como eu, ao ler seu blog,identificam-se com você.

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