sábado, 1 de maio de 2010

Sem remédio, mas com estratégias!

Como falei no post anterior, optei por ficar sem remédio nessa primeira fase de tentante. Afinal, as primeiras semanas de gestação são momentos delicados de desenvolvimento do feto. Posso estar grávida, sem saber. Então, preciso desde já agir como se estivesse grávida. O medicamento que tomava, Lamotrigina, é classificado entre C e D na classificação de remédios que a gestante pode ou não pode tomar (post anterior). A psiquiatra propôs outro medicamento, Haldol, mas com a possibilidade de diversos efeitos colaterais. Por isso a escolha por ficar sem remédio, até segunda ordem!!!

Não sou psiquiatra ou farmacêutica. Não tenho pretensão alguma de orientar como utilizar ou não utilizar medicamentos neste Blog. As informações que vou passar agora são totalmente baseadas na minha experiência de vida, de terapia e de paciente e na experiência de outras pessoas com quem troquei informações. Se você é bipolar, e está querendo engravidar ou já está grávida, consulte seu médico sobre a melhor estratégia para o seu quadro. Uma pessoa com TAB (Transtorno Afetivo Bipolar) não deve optar nunca, sem orientação médica, a ficar sem medicamento. Você pode se sentir bem, e acabar entrando em crise. E as crises são tóxicas para o sistema nervoso, e sempre vão causar prejuízos.

Como já conheço um pouco de como eu funciono, listo abaixo algumas dicas que podem auxiliar a sobreviver nessa fase sem medicamento:

  1. Estabelecer uma rotina e seguí-la. Essa rotina significa ter hora para acordar, para trabalhar, para comer, para voltar pra casa, para fazer atividade física, ou seja, controlar o seu tempo. Não precisa ser maníaca nisso (?!), mas nós bipolares, precisamos ter controle sobre o tempo, se não, ele passa e nem vemos. Temos a forte tendência de nos perder.
  2. Realizar atividade física com frequência. Faço Pilates e antes corria Me alertaram que não seria legal correr nas primeiras semanas de gravidez, ou seja, parte do período que você nem sabe que está grávida. Então, parei de correr, mas vou voltar a andar, pois isso ajuda muito na liberação de endorfina, o que auxilia a diminuir o mal estar e as loucuras do bipolar.
  3. Dormir bem! Essa dica foi da Di. E realmente, não só bipolar, mas qualquer pessoa, precisa prezar por dormir pelo menos 6 horas, seguidas. Isso ajuda na recuperação de todo o organismo. É a hora da faxina! Os músculos se regeneram e o sistema nervoso também trabalha um bocado fixando informações e outras coisinhas mais.
  4. Ser compreendido (ou pelo menos amado!) pelas pessoas à sua volta! Essa é a principal dica. Conviver com Bipolar é uma grande aventura! Você terá não só um(a) filho(a), um esposo(a), um(a) irmão(ã), cada dia ele(a) será uma novidade! Então, é imprescindível que a pessoa com quem você convive tenha um conhecimento mínimo sobre TAB, e você precisa saber indicar quando o seu comportamento está sendo "regido" pelo transtorno. Saber diferenciar manhas, tpm e indignações com a vida de comportamentos sem fundamento, ou seja, movidos pelo transtorno é primordial.

Então, vamos lá! Por enquanto, sem medicamento, mas em alerta constante!




7 comentários:

  1. Só quero dizer, que nada como a experiencia real para poder falar sobre o assunto. Parabéns pela consciência e pela maneira corajosa e focada sobre o problema,
    Bjs Juqcorre...

    Ps Vou ler os outros posts.

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  2. Olá,
    Parabéns pela iniciativa e coragem!!! Eu tenho TAB há dez anos, mas por 9 anos era diagnosticada erroneamente como depressiva apenas, há um ano com diagnótisco correto estou "controlada". São dez anos tomando medicamentos, e nem imagino o quanto seja dificil parar! Parabéns mesmo! Sua coragem e força de vontade vão fazer que você seja muito feliz e sua tentativa seja um sucesso!
    E realmente, viver com uma bipolar é uma aventura!
    Vou acompanhar a sua história e torcer por vocês!
    beijinhos

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  3. Silvia e Shelley, muito obrigada pelos coments! Realmente é preciso coragem para viver toda essa experiência e ainda mais, tornar isso público! Mas essa coragem tb é muito fortalecida aqui no Blog, qdo leio depoimentos como o de vc, Shelley, q entende bem o q é ser TAB, e o seu comentário, Sil, de uma pessoa q nem me conhece pessoalmente, mas me incentiva de forma carinhosa! Muito obrigada! Bjs

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  4. Lindona, estou aqui para o que der e vier, ok?!
    Se precisar manda DM, grita, sinal de fumaça...
    E não perde o contato no twitter. Você diminuiu muito a frequencia com que escreve por lá e tenho sentido tua falta! Muitas vezes, podemos ajudar sem nem nos darmos conta...
    Beijinhos

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  5. Oi, Jujuba!!!!
    Como disse a Rê falou acima, estamos juntas! Não tenho experiência alguma nas duas situações, mas tenho carinho e amizade enorme por você, ajuda, né?
    Beijo grande e tô aqui, sempre!

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  6. Olá! Apesar de 3 anos depois, preciso comentar nesse post, porque estou passando um momento muito parecido! Hoje, inspirada nesse blog, criei um também, pra que eu possa lidar com a retirada dos remedios de uma forma mais leve (se é que isso é possivel). Obrigada por compartilhar suas experiencias. Abraços.

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  7. Olá Juliana,
    Parabéns pelo blog!
    Adoro seus textos e suas dicas!
    Estou tentando engravidar e preciso de uma indicação de um médico psiquiatra...
    Você pode me passar? lulucajoana@gmail.com
    Abs
    Lu

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